A divulgação de interceptações telefônicas entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a então presidente Dilma Rousseff, em maio de 2016, irritou o então juiz da Lava Jato e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, diante dos excessos de conteúdos, classificados pelo então relator da Lava Jato do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Teori Zavascki, como “uma lambança”.
“Não pode cometer esse tipo de erro agora”, reclamou o então juiz ao procurador Deltan Dallagnol.
O procurador então alivia, segundo as gravações do The Intercept, divulgadas neste domingo (23) pelo jornal Folha de S.Paulo: “Faremos tudo o que for necessário para defender você de injustas acusações”.
Na gravação de 2016, Lula saberia das buscas feitas pela 24ª fase da Operação Lava Jato, quando uma nomeação do ex-presidente ao cargo de ministro da Casa Civil impediria qualquer ação da Polícia Federal no cumprimento de um eventual mandado de prisão ou mesmo investigações. A nomeação acabou parando no STF, que suspendeu o ato.
A indignação de Moro recaiu até sobre aliados da Lava Jato, o Movimento Brasil Livre (MBL), que realizou protesto em frente ao condomínio do ministro Zavaski. “Isso não ajuda evidentemente”, reclamou o então juiz a Dallagnol, quando chama os integrantes do MBL de “tontos”.
Moro e Dallagnol não reconhecem o conteúdo das gravações, pois elas poderiam ter sofrido adulterações. O The Intercept insiste da originalidade do conteúdo.
O Povo Online
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